Kast e Jara disputarão o segundo turno presidencial enquanto o Congresso chileno se polariza
- Index Political Risk
- 25 de nov.
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RISCO PARA O BRASIL: BAIXO
→ O segundo turno presidencial terá candidatos com ideias e propostas opostas. Jeanette Jara, do Partido Comunista, pretende impulsionar a economia de forma intervencionista e diminuir a criminalidade. Enquanto José Antonio Kast, do Partido Republicano, prioriza fechar as fronteiras do país para imigrantes venezuelanos e endurecer penas contra o crime.
→ Kast tem mais chances de vencer, o que mudará a dinâmica chilena em relação à economia e políticas externas. Isso resultará em uma possível aproximação econômica com os EUA. Porém, a posição do Presidente eleito será frágil devido ao Congresso polarizado e à necessidade de moderar suas políticas.
Escrito por João Fante, Anna Ruiz, Ana Luísa Ferreiro

Os candidatos Jara e Kast avançam para o segundo turno da eleição presidencial do Chile:
Com a finalização do primeiro turno das Eleições chilenas no novo sistema de voto obrigatório, os candidatos Jeanette Jara (Partido Comunista) e José Kast (Partido Republicano) seguem para o segundo turno da disputa presidencial. Dentre os candidatos dessa primeira etapa eleitoral, Jara era o principal nome da esquerda política, enquanto a direita apresentava um número maior de possíveis candidatos ao segundo turno. Apesar das pesquisas apontarem Jara como a principal escolha do primeiro turno, tal situação tende a se reverter no segundo turno, já que os votos da direita, antes dividida em diversos candidatos, agora estão concentrados em Kast.
As propostas de cada candidato se fundamentam na insatisfação chilena com o governo atual:
As prioridades dos eleitores chilenos são as questões acerca do aumento da criminalidade e das taxas migracionais no país recentemente. Jara apresenta propostas pautadas na criação da Empresa Nacional do Lítio para impulsionar a economia, na promoção do fim do sigilo bancário para rastrear o dinheiro ilícito do crime organizado e na ampliação de benefícios sociais como a implementação de um salário mínimo. Kast possui projetos fundamentados no corte de gastos públicos, deportação em massa de imigrantes ilegais no país e planos de parceria público-privada nos setores de saúde e educação. Dessa maneira, Jara tenta descolar sua imagem do atual governo de esquerda, enquanto Kast utiliza esse momento como uma oportunidade para a ascensão e consolidação de seu posicionamento de extrema-direita na política chilena.
Os resultados das eleições parlamentares e a provável vitória de Kast impulsionam os mercados financeiros chilenos:
O voto combinado aos candidatos de direita ultrapassou os 50% no primeiro turno, no segundo turno, é quase certo de que esses votos transitem para Kast. Após as eleições, o Senado apresentou um equilíbrio perfeito entre os blocos partidários, enquanto a Câmara dos Deputados agora se mostra mais inclinada para a direita. Após essa valorização da direita nas eleições parlamentares e na provável eleição de Kast, as ações chilenas se valorizaram e é provável que tal movimentação política impulsione ativos locais como o peso. Logo, a vitória de Kast impulsiona, no curto prazo, investimentos na economia chilena de modo a estimular o crescimento do país que atualmente se encontra estagnado.
O que a Index prevê?
José Antonio Kast ganhará as eleições. Eleitores de direita, que ultrapassaram os 50% no primeiro turno, votarão de forma majoritária em Kast.
A vitória de Kast será benéfica para a economia chilena, o que atrai investidores estrangeiros devido ao fortalecimento da moeda.
O avanço da direita se alinha com o cenário político no resto da América Latina, de modo que a expansão dessa tendência regional é provável, principalmente pelo sentimento público antigoverno nos países latino-americanos.
Independentemente do alinhamento político do próximo presidente do Chile, a governabilidade do candidato será limitada durante sua gestão dada a polarização do Congresso.
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